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2021, um novo ano de desafios para o Brasil e os brasileiros

Por Vivaldo de Sousa |


2020 termina nesta semana com um quadro ainda imprevisível para o cenário econômico do próximo ano, apesar da expectativa de recuperação: o desemprego em alta, o fim do pagamento do auxílio emergencial, a indefinição sobre o início da vacinação contra a Covid-19, o elevado déficit nas contas públicas e a inflação em alta são alguns dos problemas que vamos carregar para o próximo ano. A isso deve se acrescentar a paralisação da discussão das chamadas reformas estruturais.

Dados do IBGE mostram que o trimestre encerrado em outubro fechou com 14,1 milhões de pessoas desempregadas, 931 mil a mais do que no trimestre móvel encerrado em setembro, subindo de 13,8% para 14,3% _maior índice para o período desde o início da pesquisa em 2012. Embora os dados apontem para uma recuperação do mercado de trabalho brasileiro, com mais gente ocupada e retomada das contratações por setores importantes, a expectativa é que piore antes de melhorar.

O fim do pagamento do auxílio emergencial, que vai privar milhões de trabalhadores e trabalhadoras da única renda que tiveram desde o início da pandemia, deve levar muitas pessoas a retomarem a busca por um emprego ou uma ocupação do mercado de trabalho, seja no emprego formal ou na informalidade. Com isso, o desemprego deve continuar em alta no começo de 2021, num cenário em que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil ainda não tem uma data definida para começar.

Ligado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) projeta uma taxa média de desemprego de 15,6% em 2021, com o pico entre o segundo e o terceiro trimestres. Com o fim do auxílio emergencial, o instituto estima que a pobreza extrema (famílias com renda mensal de até R$ 155 por pessoa) pode atingir entre 10% a 15% da população em janeiro. Já a pobreza (famílias com renda per capita mensal até R$ 425) deve abarcar entre 25% e 30% dos brasileiros no início do ano.

A vacinação, já iniciada por pelo menos 47 países, é um passo fundamental para uma recuperação econômica sustentável. Com o número de mortos em alta e o de contaminados crescendo, a economia poderá sofrer um novo baque no primeiro semestre de 2021. Nesta terça-feira (29/12), o Brasil registrou 1.075 mortes por Covid-19 em 24 horas. Desde o início da pandemia, o país contabilizou 192.716 óbitos e 7.564.117 casos da, segundo balanço do consórcio de veículos da imprensa.

Com a inflação em alta, o Banco Central poderá iniciar antes do previsto o aumento da taxa básica de juros, o que também pode afetar a recuperação da economia. Mas o maior problema ainda diz respeito às contas públicas, sem solução de curto prazo e que depende também de reformas importantes como a tributária. Apesar dos desafios que o Brasil (e o mundo) tem no próximo ano, que 2021 seja para todos um ano melhor e com vacina para todos que quiserem tomá-la.


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