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Apoio a Maia facilita vida do governo na Câmara

Atualizado: 13 de fev. de 2019

Por Vivaldo de Sousa

O Senado pode ser uma pedra no sapato de Bolsonaro, que não quer Calheiros na presidência.

Embora os deputados e senadores eleitos em outubro tomem posse somente em fevereiro, as negociações para definir o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal estão a todo vapor. O acordo fechado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) com o PSL, legenda do presidente Jair Bolsonaro, deve reconduzir o deputado carioca para um segundo mandato como presidente da Câmara, apesar das outras candidaturas já lançadas e de nomes que ainda podem disputar o cargo. 

Mesmo que não seja um aliado de primeira hora de Bolsonaro, Maia, de perfil liberal na área econômica, certamente vai facilitar o andamento das propostas que estão sendo finalizadas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas entre as propostas andarem e serem aprovadas da maneira como deseja o governo há um longo caminho. Caminho que irá exigir uma grande negociação com os deputados. E a reforma da Previdência Social será o primeiro grande tema a ser negociado. 

Ao fechar acordo para a reeleição de Maia, o PSL evita aquela que poderia ser a primeira grande derrota de Bolsonaro no Legislativo. Com o apoio de pelo menos 230 dos 513 deputados, conforme estimativa de aliados, o novo presidente ainda precisará de mais votos para conseguir aprovar mudanças na Constituição, que precisa do apoio de pelo menos 308 deputados. Ao indicar que poderá fazer uma reforma fatiada, com uma proposta de idade mínima menor para aposentadoria, Bolsonaro pode ter pavimentado o caminho para conseguir mais alguns votos. 

Mas o Senado ainda pode ser uma pedra no sapato do presidente, que não quer ver a presidência nas mãos de Renan Calheiros (MDB-AL), considerado por Bolsonaro e por seus aliados como um inimigo político. Mesmo com o lançamento do senador Major Olímpio (PSL-SP) para a disputa, o mais provável é que os aliados do capitão reformado acabem apoiando um outro nome. Três senadores têm hoje mais chances de ganhar esse apoio: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Simone Tebet (MDB-MS) e Espiridião Amin (PP-SC). 

Bolsonaro começou bem o jogo, mas as mudanças anunciadas na primeira semana de governo podem ser vistas como um aquecimento, na qual ele e a maior parte de sua equipe ainda estão jogando para a plateia. Dentro de quatro semanas, após posse de um Congresso renovado e com os presidentes da Câmara e do Senado eleitos, é que o jogo de fato vai começar. E a partir dai não será possível mais jogar apenas para sua torcida. E alguns ministros já estão se preparando para isso.

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