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Efeitos da crise do coronavírus devem demorar a passar

Por Vivaldo de Sousa |


A maioria dos brasileiros espera que os efeitos provocados pela crise provocada pela pandemia do coronavírus devem demorar até seis meses para passar. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto FSB para o BTG Pactual, 56% dos entrevistados declararam que os efeitos da crise devem demorar a passar, dividido da seguinte maneira: até um mês (12%), até três meses (24%) e até seis meses (20%). Na economia, o impacto imediato pode ser traduzido por recessão e desemprego.

Menos otimistas, 18% dos entrevistados estimam que a crise pode demorar até um ano (18%). Outros 8% acreditam que os efeitos devem demorar até dois anos e 11% acreditam que vai demorar mais de dois anos. Foram entrevistadas por telefone 2.132 pessoas com idade a partir de 16 anos em todas as unidades da federação entre os dias 26 e 27 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais.


Embora 76% dos entrevistados tenham declarado estar muito informado ou informado sobre a pandemia do coronavírus, o índice dos que afirmaram que o medo em relação ao Covid-19 é muito grande (28%) ou grande (23%) é bem menor, de 51%. Questionados, 46% dos entrevistados disseram que já tiveram ou acreditam que terão redução em sua renda mensal. 83% dos entrevistados informaram que estão em isolamento, saindo de casa apenas para comprar comida ou remédios.

Uma outra pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (06) pelo Datafolha, reforça que a população brasileira é favor de manter o isolamento nos moldes atuais, na linha oposta ao que tem defendendo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). 76% dos entrevistados são favoráveis a que as pessoas fiquem em casa para impedir que o vírus se espalhe, mesmo que isso signifique prejudicar a economia e causar desemprego.


A pesquisa do Datafolha, com margem de erro de três pontos percentuais, ouviu 1.511 pessoas por telefone entre os dias 1º e 3 de abril. Ainda de acordo com o levantamento, 65% dos entrevistados são favoráveis a manter a proibição de abertura do comércio não essencial e 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas. O fechamento do comércio e a suspensão das aulas foram criticados pro Bolsonaro. Em média, os pesquisados acreditam que as medidas de isolamento vão durar mais 29 dias.

Num momento em que o número de contaminados no Brasil deve crescer de maneira mais elevada, segundo estimativa do Ministério da Saúde e de especialistas, essas duas pesquisas deixam claro que a população tem informações sobre a pandemia do coronavírus, conhecem e sentem o impacto no seu dia a dia, mas são favoráveis a manter o isolamento. Ou seja, estão alinhadas com as recomendações da comunidade médica e, na sua maioria, são mais coerentes do que alguns governantes.


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