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Negócios de impacto social também geram lucro, escreve Valquiria Rumor


Por Valquiria Rumor |


Empreender é tentar resolver problema

Impacto social pode ser bônus

A expressão empreendedorismo de impacto social tem ganhado destaque na mídia voltada aos negócios. Mas existe diferença entre empreendedorismo “tradicional” e empreendedorismo de impacto social? Muita gente pensa que o lucro é 1 dos aspectos que diferenciam o empreendedorismo comum do empreendedorismo social. Mas esse raciocínio não corresponde, necessariamente, à verdade.

Mesmo trabalhando com questões que têm 1 impacto mais abrangente na sociedade como a diminuição da pobreza, da destruição do meio ambiente, da desigualdade entre os gêneros, prevenção de doenças ou inclusão social, 1 negócio com viés social pode sim dar lucro.

Enquanto empreendedores tradicionais buscam criar novos segmentos industriais e de mercado em larga escala, o empreendedorismo social consiste em trabalhar com o que não está funcionando, associado a problemas sociais e apresentar soluções inovadoras que alterem o pensamento da sociedade a respeito dessas questões. A larga escala, neste caso, não é imprescindível, desde que a atuação em sua comunidade faça diferença.

Na verdade, todo empreendedor busca resolver 1 problema da sociedade. 1 padeiro que acorda às 5h da manhã está resolvendo 1 problema da sociedade que é a alimentação. Entretanto, existem empreendedores que se preocupam que sua solução gere 1 impacto em problemas que afligem a sociedade de modo coletivo, atingindo de forma positiva toda a comunidade e em muitos casos, como nas ações ambientais, todo o planeta.

Para o Accelerate2030, programa de aceleração global de negócios de impacto social, se os problemas associados às soluções apresentadas por determinado empreendimento estiverem relacionados a algum dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) este empreendimento pode ser considerado social, mesmo apresentando uma boa lucratividade.

Co-realizado pelo Impact Hub e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Accelerate2030 está presente em 16 países. Somente em 2019 o programa contou com a inscrição de 1.183 empresas. No Brasil, 332 empresas se inscreveram e 33 foram selecionadas para o programa que engloba treinamentos, acompanhamento de mentores e rodadas de negócios para o desenvolvimento de um plano eem escala global, fomento a conexões estratégicas e suporte especializado.

Uma das premissas do Impact Hub é ser uma comunidade global com impacto local. O Accelerate 2030 possibilita colocar essa premissa em prática. Por meio do incentivo à aceleração da internacionalização dos empreendedores de impacto social, voltados aos ODS da ONU. O programa é destinado a uma série de empresas que já causam impacto local e têm uma visão de internacionalização dos seus negócios, buscando ingressar em comunidade global.

Em setembro, 10 empresas de 9 países, dos 16 que participaram do programa, foram selecionadas para uma imersão voltada para os ODS em Genebra, na Suíça. O Brasil teve duas empresas selecionadas: a Solubio, dedicada à eliminação do uso de produtos químicos na agricultura com a produção de biofungecidas e biopesticidas, e o Portal Telemedicina, voltado para garantir o acesso universal à médicos especialistas e equipamentos para comunidades carentes.

Além do treinamento em Genebra, empresas selecionadas receberão suporte de organizações internacionais por mais nove meses com o objetivo de fortalecer seus modelos de negócios e dar continuidade ao processo de desenvolvimento do plano de escala global. São empreendimentos sociais que dão lucro e tendem a crescer, agora em nível mundial.


Este conteúdo pode ser encontrado no portal Poder360:



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