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O fim da moeda como a conhecemos

A China foi o primeiro país do mundo a criar sua própria moeda digital. Novas tecnologias são os propulsores das moedas digitais


Por Vivaldo de Sousa


Você já ouviu falar na Dogecoin? E na NEM? Ou ainda nas brasileiras Lunes ou na Niobiocash? Parentes menos conhecidas da Bitcoin, a Dogecoin, a NEM, a Lunes e a Niobiocash são apenas algumas das criptomoedas atualmente disponíveis no mercado. Levantamento divulgado pelo site CoinMarketCap mostrava a existência de 4.098 criptoativos em 17 de fevereiro de 2021.


Dois anos antes, esse número estava em 2.388. Em 9 de abril, segundo reportagem do Wall Street Journal, a China foi o primeiro país do mundo a criar sua própria moeda digital. O yuan digital, conhecido como eCNY, é uma moeda de transação online que pode ser operada através da aplicação criada pelo Banco Central de Pequim. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) planeja criar uma moeda digital até 2025.


Divulgado em 2020, um relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês do Bank of International Settlements) mostra que 80% dos bancos centrais estão desenvolvendo sua própria moeda. Entre esses países foram listados França e Japão, que já estão em fase de testes de suas moedas digitais, e o Brasil, cuja previsão é ter uma criptomoeda entre 2022 e 2023. Conhecidas como CBDCs (moedas digitais emitidas pelos bancos centrais), esse é um processo irreversível.


Essa revolução digital em curso no mundo financeiro, onde as chamadas fintechs vêm ganhando espaço dia a dia, tem como um de seus propulsores as novas tecnologias, em especial o blockchain, um sistema que permite rastrear com segurança o envio e o recebimento de informações pela internet. Essa tecnologia permitiu a criação da Bitcoin e de outras criptomoedas, inclusive de algumas brasileiras.


Entre as principais moedas digitais brasileiras estão a B2U Coin, no mercado desde 2010; a Bitblocks, criada em 2018; a Niobiocash, citada antes e disponível desde novembro de 2017, e a Lunes. Também já foram citadas em reportagens a Zcore, a CritpoBRL, a WibX, a BRZ e a MCO2, que é uma critpo moeda lastreada em crédito de carbono e usada para compensação para reduzir os impactos da emissão de gás carbônico (CO2).


Vale lembrar que as operações realizadas com criptomoedas não são controladas pelos Bancos Centrais dos países, incluindo no Brasil, o que é considerado por muito como um fator de risco para quem investe nesse tipo de ativo. No Brasil, a regulamentação das moedas digitais está em discussão no Congresso Nacional, num estágio ainda inicial, e vem sendo analisada também pelo Banco Central e pela Receita Federal.


Também fazem parte dessa revolução digital no mundo financeiro o uso, desde o ano passado, do PIX para pagamentos e transferências bancárias, assim como a possibilidade de pagamentos por meio do aplicativo WhatsApp. Na China, o WeChat Pay, do grupo Tencent, possui cerca de 1 bilhão de usuários ativos mensalmente. Apesar de tudo isso, ainda há muita incerteza sobre o futuro das moedas digitais.


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