O "Posto Ipiranga" não é considerado mais um nome imprescindível para os dois últimos anos da gestão Bolsonaro
Por Vivaldo de Sousa
A aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o Centrão, buscando ampliar sua base no Congresso Nacional, e o aumento das pressões para elevar os gastos públicos já fizeram algumas das principais consultorias de economia colocarem nas previsões para 2021 um cenário sem Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia. Embora esse não seja o cenário básico, o “Posto Ipiranga” não é considerado mais um nome imprescindível para os dois últimos anos da gestão Bolsonaro.
No atual cenário, com inflação e desemprego em alta e sem perspectivas de um crescimento econômico mais robusto para o próximo ano, a saída de Guedes entra nos cenários da consultorias no caso de Bolsonaro comprar a ideia de flexibilizar o teto de gastos públicos. Nesse contexto, as previsões são de um aumento maior na taxa básica de juros pelo Banco Central, aumento na taxa de desemprego (algumas estimativas chegam a 20%) e uma taxa de crescimento da economia em torno de 1%.
Além de precisar acomodar a queda de receita prevista com a prorrogação, até dezembro, da desoneração da folha de pagamento de setores específicos, cujo veto de Bolsonaro foi derrubado pelo Congresso Nacional, a equipe econômica provavelmente terá de buscar espaço para manter um substituto do auxílio emergencial. A retirada pura e simples dessa ajuda, que ajudou a melhorar a imagem do governo, é considerada inviável tanto por aliados políticos quanto por economistas simpáticos a Guedes.
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