Por Vivaldo de Sousa
Termina nesta terça-feira (31) o primeiro trimestre de 2020 e não há mais ilusão de que o prometido crescimento econômico, iniciado de maneira lenta e gradual no ano passado, será obtido neste ano. Pelo contrário, já é consenso, até mesmo dentro do Ministério da Economia, de que haverá recessão no país e uma nova queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Só não há consenso, seja dentro do governo ou entre os analistas financeiros, sobre o tombo da economia.
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Em poucas semanas, com o avanço da pandemia do coronavírus (Covid-19) no mundo, todas as projeções econômicas foram jogadas no lixo. No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi forçado a deixar de lado, aparentemente de maneira temporária, as medidas que buscavam reduzir a presença do Estado e, pressionado, adotar soluções para as pessoas mais vulneráveis (coronavoucher), ampliação de crédito para pequenas e micro-empresas e, entre outras, adiar o prazo de recolhimento de tributos.
Mas ainda não há certeza de que essas medidas sejam suficientes, uma vez que as demissões já estão acontecendo e não há certeza sobre quanto tempo vão durar as medidas de isolamento nem qual a intensidade. Setores que hoje estão funcionando, por serem considerados essenciais, talvez tenham que parar completamente ou reduzir suas atividades. O foco atual do governoprecisa estar na preservação da vida. A dicotomia entre a saúde (quarentena e restrições de circulação) e a economia (preservação da atividade produtiva) é falsa.
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Além de ações coordenadas na área pública, com participação do governo federal, dos Estados e dos municípios, é preciso ampliar a parceria com o setor privado, onde estão sendo feitas pesquisas sobre medicamentos que podem ser usados no combate aos sintomas do coronavírus. Pesquisas que contam com participação de instituições públicas (universidades) e privadas (laboratórios farmacêuticos). No Brasil, a Fiocruz via coordenar o ensaio clínico Solidariedade (Solidarity), lançando pela Organização Mundial da Saúde para investigar a eficácia de quatro tratamentos para a Covid-19.
Lançada pela OMS na última sexta-feira (20), a iniciativa e será implementada em 18 hospitais de 12 estados, com o apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde. O estudo Solidarity é a união de esforços em todo o mundo, para dar uma resposta rápida sobre que medicamentos são eficazes no tratamento da Covid-19 e quais são ineficazes e não devem ser utilizados. A resposta a essas perguntas exige que milhares de pacientes participem dos testes das drogas. Para alcançar o número necessário mais rapidamente, a OMS está coordenando o esforço global de muitos países. Precisamos de mais iniciativas como essa.
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