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Atraso na vacinação vai prejudicar recuperação da economia

Por Vivaldo de Sousa |


O início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil é uma notícia a ser comemorada, tanto do ponto de vista de saúde pública quanto econômico, mas as dificuldades do país em ampliar o número de doses, o que atrasará ainda mais o programa de imunização, devem fazer de 2021 mais um ano com desemprego elevado e baixo crescimento da economia. E, até o momento, sem nova extensão do auxílio emergencial.

Em evento realizando nesta terça-feira (19) pela XP Investimentos, o direto do Instituto Butatan, Dimas Covas, afirmou ver a possibilidade de a pandemia ser pior em 2021 do que foi em 2020, caso não sejam empregadas medidas para reduzir os casos e aumente a compra de vacinas rapidamente, conforme o jornal Folha de São Paulo. As próximas semanas serão decisivas em relação à velocidade da vacinação.

Caso se confirmem essas dificuldades, que já levaram o governo federal e os Estados a alterarem o cronograma de vacinação, as expectativas econômicas tendem a piorar. Internamente, essa possibilidade já preocupa a equipe econômica, que continua estudando medidas para estimular a economia, como nova prorrogação dos prazos de recolhimento de tributos e antecipação do 13º dos aposentados.

Ontem, por exemplo, o grupo financeiro francês BNP Paribas enviou a seus clientes um relatório em que rebaixa sua projeção de crescimento da economia em 2021, conforme publicou no portal UOL o jornalista José Paulo Kuffer. Num cenário com a população de risco vacinada até abril e metade dos adultos até agosto, com o restante recebendo a vacina até o primeiro trimestre de 2022, o crescimento econômico caiu de 3% para 2,5%.

Além das negociações com China e índia sobre o envio de novas doses da vacinas, conduzidas separadamente tanto pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) quanto pelo governado de São Paulo, João Dória (PSDB), outro ingrediente importante sobre as expectativas econômicas é a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.

Embora os dois principais candidatos, Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) tenha votado favoravelmente a projetos enviados pelo governo federal, a escolha do sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) poderá facilitar ou dificultar a agenda de Bolsonaro nos menos de dois anos que lhe restam de mandato. E a piora no quadro sanitário, com o risco de piora da pandemia, pode aumentar a pressão pelo impeachment.


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